Diante da hipercompetitividade e da hiperconectividade do contexto atual de negócios, qual a importância do profissional de TI para o estabelecimento das empresas em redes de cooperação interorganizacionais?

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Desafio 3.0 - Administração Geral - Gisele Mendonça[editar]

Elaborado por: Lucas Coelho e Victor Cunha.

Redes de Cooperação Interorganizacionais[editar]

As organizações empresariais, desde a ascensão do capitalismo gerencial em meados do século XIX, vêm sendo caracterizadas pelas estruturas burocratizadas das grandes empresas, hierarquicamente divididas entre proprietários, gerentes administradores e trabalhadores. As transformações econômicas, ocorridas em especial no último quartil do século XX, impuseram modificações paradigmáticas na maneira como os negócios são conduzidos. Diferentes desafios organizacionais nasceram com a expansão global dos mercados, com o aumento da velocidade dos avanços tecnológicos e com a ampliação dos mecanismos de acesso e troca de informações, exigindo novas estruturas empresariais para sobreviver e, principalmente, crescer em um ambiente com tantas exigências.

Nesse contexto, a modernização organizacional e a geração de novas estratégias e estruturas, mais do que nunca, assumiram a ordem do dia. Como decorrência, observa-se nos últimos anos a rápida ascensão de diversas tipologias de redes de cooperação interorganizacionais na tentativa de reunir a flexibilidade e a agilidade das empresas de menor porte com a escala e o poder das grandes corporações. Na busca incessante de inovações e de ganhos de produtividade, tornou-se obrigatório desenvolver e difundir formas organizacionais mais adaptadas aos desafios contemporâneos. Como analisa Manuel Castells, "[...] as redes estão, de fato, se espalhando por toda a economia, extinguindo, por meio da concorrência, as formas rígidas anteriores de organização empresarial" (Castells, 1999, p.202).

O entendimento do termo rede ainda hoje provoca ambiguidade devido às diversas tipologias de redes existentes. Considerando-se tal diversidade é muito difícil chegar a uma definição universal do termo. Apesar disso, tendo como base o mapa de orientação conceitual desenvolvido por Marcon e Moinet (2001), e aprimorado por Balestrin (2005), podem ser identificadas quatro classificações gerais de redes:

  1. Redes Formais, derivadas das relações estabelecidas por intermédio de instrumentos contratuais, sendo, portanto, fortemente formalizadas.
  2. Redes Informais, constituídas sem o estabelecimento contratual de regras, em que a interdependência entre os participantes é estimulada por seus interesses comuns e a manutenção se dá pela confiança do grupo.
  3. Redes Verticais, sustentadas por uma interdependência hierárquica entre os participantes, semelhante a uma relação entre matriz e filial, em que uma empresa busca coordenar e controlar os esforços das demais empresas existentes nos diversos elos da cadeia produtiva do grupo.
  4. Redes Horizontais, compostas por empresa independentes de um mesmo elo da cadeia de produção, atuando em conjunto sob a lógica da colaboração, sem necessidade da coordenação de uma líder.

A Tecnologia da Informação[editar]

Segundo Castells, o fim do século passado foi marcado por vários acontecimentos importantes que transformaram o cenário social da vida humana na qual uma revolução da Tecnologia da Informação começou a remodelar a base material da sociedade de forma acelerada. O mesmo autor dá prosseguimento ao seu ponto de vista chamado atenção para esta revolução, que tem como características a aplicação dos conhecimentos e das informações para a geração de novos conhecimentos e dispositivos de processamento e comunicação da informação, numa realimentação entre a inovação e seu uso. Neste contexto afirma que "As novas tecnologias da informação não são simplesmente ferramentas a serem aplicadas, mas processos a serem desenvolvidos". (CASTELLS, 2006, p.69).

Impacto do Uso de TI nas Organizações[editar]

De acordo com Klering (1997), de forma geral, as diversas publicações que se propõem avaliar os impactos do uso de TI nas organizações assumem um aspecto favorável e otimista, mesmo que não fundamentados em resultados práticos, claros e tangíveis. A introdução de novas tecnologias, nas empresas, reflete nos indivíduos, no grupo e na empresa. Se, por um lado, a TI substitui parto do trabalho humano, por outro, exige maior participação e envolvimento das pessoas nas novas formas de trabalho e relacionamento interpessoais (GONÇALVES, 1994; ROCHA, 2000).

Atualmente, no ambiente organizacional de grande competitividade, as empresas devem se manter ágeis e flexíveis para acompanhar as mudanças do mercado. Neste cenário, percebe-se que a TI tem o seu conceito ampliado, deixando de ser uma simples ferramenta de apoio operacional e passando a fazer parto do próprio ambiente organizacional no suporte aos seus negócios.

Assim sendo, "o uso eficaz da TI e a integração entre sua estratégia e a estratégia do negócio vão além da ideia de ferramenta de produtividade, sendo muitas vezes fator crítico de sucesso" (LAURINDO et al., 2001).

Vantagens no Uso da Tecnologia da Informação[editar]

Segundo Graeml (2000), a partir da implantação e utilização da Tecnologia da Informação, as empresa poderão obter algumas vantagens:

  1. Eficiência organizacional: melhoria dos processos realizados pela empresa. A redução no tempo de processamento pode ser convertida, por exemplo, na melhoria do relacionamento com os clientes.
  2. Eficácia organizacional: melhoria dos processos e redefinição de produtos e serviços; melhoria da comunicação interna, aumentando a confiabilidade dos inter-relacionamentos existentes na cadeia de valor da empresa, por meio da integração.
  3. Relacionamento com fornecedores: possibilidade de redução do custo das transações com fornecedores e obtenção de maior confiabilidade.
  4. Relacionamento com clientes: permite a criação de base de dados com informações mais precisas e detalhadas sobre os clientes, aumentando a flexibilidade e a capacidade de resposta da empresa às necessidades do mercado.
  5. Dinâmica competitiva: possibilidade da empresa oferecer um produto ou serviço que a concorrência não tenha condições de reagir rapidamente, se conseguir agregar a tecnologia a outros fatores de competitividade intrínsecos à empresa.
  6. Apoio de marketing: possibilidade de ajuda na identificação de tendências do mercado, aumento na precisão da previsão de vendas e possibilidade de ajuda na investigação da resposta do mercado às estratégias adotadas.

Referências Bibliográfica[editar]

  • CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede - a era da informação: economia, sociedade e cultura. 9 ed, São Paulo: Paz e Terra, 2006.
  • BALESTRIN, Alsones; FAYARD, Pierre. Redes Interorganizacionais como Espaço de Criação de Conhecimento. In: XXVII Encontro da ANPAD, 2003, Atibaia-SP. Kit Enanpad 2003.
  • MARCON, M.; MOINET, N. La Stratégie-Réseau. Paris: Éditions Zero Heure, 2000.
  • KELRING, L. R. Relação entre estágios de informatização e padrões de comportamento administrativo. In: Encontro Anual da Associação Nacional dos Programas de Pós Graduação em Administração - Enanpad, 1997, Rio das Pedras. Anais... Curitiba: ANPAD, 1997. p. 148-159.
  • LAURINDO, J.B.L.; SHIMIZU, T.; CARVALHO M. M.;RABECHINI R. O papel da Tecnologia da Informação (TI) na Estratégia das Organizações. Depto. de Eng. de Produção - Escola Politécnica da USP. São Paulo. V.8, n.2, p.160-179, ago.2001.
  • GONÇALVES, J. E. L. "Os impactos das novas tecnologias nas empresas prestadoras de serviços". Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v.1, n. 34, p. 62-81, jan./fev. 1994.
  • GIL. Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3, ed. São Paulo: Atlas, 1996.
  • ROCHA, J. M. S. Os impactos da tecnologia da informação nos recursos humanos das organizações - o caso dos processos de qualidade. Disponível em: <http://br.geocities.com/unigalera/rhqual.htm>. Acesso em 07jun. 2017.